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A “alegria interior” que sentimos, juntamente com o “orgulho bacoco”, quando uma qualquer entidade governamental ou parlamentar (é ver os autarcas de “papo” inchado para a fotografia) visita a nossa terra, é, inexoravelmente consequência da nossa natural maneira de ser. Vejam o que se passa em países, nossos “parceiros”, quando as autoridades abusam um pouco mais do que lhes é permitido pelo povo. Olhem para França, Grécia, Itália e mesmo outros mais “calmos”. Olhem que, por enquanto, ainda não nos proíbem de ter antenas nas varandas (só, às vazes, os condomínios).
Por isso, pela maneira como lhes voltamos a cara para que possam esbofetear-nos na outra face, digo que ainda nos roubam pouco (a auto-confiança, o querer). Deviam-nos esperar à saída dos bancos ou estações de correio para nos levarem ordenados e pensões. E, levam a vida a encobrir-se uns aos outros, sejam de esquerda ou de direita! Também, parece que é a única coisa em que estão verdadeiramente de acordo. Má q’jêtos?
É reconhecida pelo patronato estrangeiro a capacidade de trabalho dos portugueses. Todavia, no seu país, o português não passa de “carne para canhão” e é sempre considerado um “estorvo” para as empresas. Curioso, não acham? Pelo “pensamento portuga”, os empresários estrangeiros são todos uns falhados e os nossos é que são uns “barras” na matéria.
Um parente da minha esposa, ex-emigrante em França, ainda do tempo da passagem das fronteiras a “salto”, depois de reformado, contava uma história que devia entrar no ouvido dos nossos empresários bem como nos dos trabalhadores portugueses (ao Carvalho da Silva é inútil falar assim, ele não consegue apreender a “coisa”).
Dizia ele: _Ora, se eu ganho trezentos contos (era em França), tenho que produzir mensalmente para o patrão outro tanto mais uma quantia igual para ele cumprir com ordenados, impostos, segurança social e lucro da empresa e, quando há muito serviço, produzir um pouco mais ainda para a actualização e modernização da empresa nas ajudas a prestar ao pessoal (residência temporária quando as obras a efectuar se localizavam longe da sede), cantinas, dormitórios , actualização dos gabinetes de engenharia e escritórios, etc.
É tal e qual o “pensamento” reinante em Portugal, não acham? Enquanto assim for, nunca iremos a lado nenhum. E, o “patrão” mencionado, não tinha Porsche nem Ferrari bem como a esposa e filhos. Eram Peugeot e Citroen, modelos de média gama. Mas, tinham uma boa empresa com o nome limpo na praça o que atraía a freguesia.
Para quê tanta “mania” num país em desagregação moral e material, má q’jêtos?
Mas será que os políticos não conseguem dizer a verdade uma vez que seja? Ouvi as reacções dos vários partidos ao veto do senhor Presidente da República e nem um só que fosse, da direita à esquerda, conseguiu dizer a verdade.
E, verdade, verdade é que, enquanto os emigrantes forem votando por correspondência, independentemente da percentagem de participantes no acto, o PSD terá vantagem nisso. Pelo contrário, o PS é prejudicado. É claro como poucas realidades!
Assim, a imagem que mostram ao povo é a de garotos à bulha por causa de um chupa-chupa. Sinceramente, má q’jêtos?
No sector automóvel, em Portugal, ninguém sabe o chão que pisa. Desde as várias marcas que têm cá linhas de montagem, fábricas de componentes e acessórios, comerciantes do ramo e até o elo final, o consumidor.
As nossas autoridades de trânsito, baseadas nas directivas dos governos, têm perseguido aqueles que fazem movimentar a economia no sector: os apaixonados pelo “tuning”. Que mal fará instalar certos acessórios que tornam as viaturas muito mais seguras, mais bonitas e, em certos casos, menos poluentes? Não podem empregar uns quantos engenheiros que trabalhem? Inspeccionavam as viaturas e diminuíam a percentagem de novos formados no desemprego. E, por acaso, até não são eles, na esmagadora maioria, os que atropelam a lei pondo em perigo a sua e a vida dos outros em corridas descontroladas.
Senhor ministro das finanças, quer equilibrar as contas? Ora, tome lá atenção!
Eu próprio, adquiri uma viatura na década de noventa do século passado, viatura que me fez ter “aquela sensação”. Veículo japonês de 1976 a imitar os “Mustang” americanos do fim da década de sessenta. Motor (1.6 com 2 carburadores duplos) impecável, nem um pingo de óleo mas, estado geral de “pré- galinheiro”. Palha, já tinha. Custou-me duzentos e cinquenta contos (raridade) e gastei três mil e quinhentos contos para o pôr como está hoje. Queria introduzir-lhe uns melhoramentos (agora que fomos contagiados pelos programas de televisão), especialmente um motor menos poluente, mas… olhando às caquéticas leis que temos, não vale a pena. Depois, não o conseguiria legalizar. Para alindar uma viatura, o Estado “comeria” sempre à nossa mesa. IVA dos componentes, IVA das oficinas bem como IRS dos mecânicos e IRC das firmas intervenientes. E, movimentação deste sector já para não falar dos impostos sobre a própria viatura. Assim, parecemos todos uns condenados a caminhar para a forca.
Mas… Já sei! Estava a esquecer-me de uma coisa muito importante neste país. Alô… Alô! Filhos de senhores Ministros e de Secretários de Estado, não há nenhum que goste do “tuning”? Uma cunha do papá e Portugal dava um saltinho em frente. Então, não há nenhum? Têm todos um Porsche ou um Ferrari? Olhem que os Aston-Martin estão na “berra”. Má q’jêtos?
Desde pequeno que, por várias razões, frequento amiúde a zona alentejana constituída pelos concelhos de Odemira e Santiago do Cacém. Todos já ouviram falar, certamente, que as senhoras que efectuam limpezas e arrumações em casas particulares (as vulgarmente denominadas mulheres a dias) são um importante “meio de comunicação” geralmente bem informado.
Posto isto, tenho a lamentar o que tem acontecido com o caso “Casa Pia”. Há mais de quarenta anos que na zona, em surdina, se ouve falar que senhores importantes de Lisboa traziam para passar o fim-de-semana, “meninas”. A coisa foi rolando e o imaginário dos habitantes masculinos engendrava noites “pecaminosas”. Afinal, pensa-se agora que não seriam meninas tipo “cabaret”mas sim crianças e, nem todas, meninas.
Eu não pedia mais nada além do que vou dizer:
1- Juízes aptos a ditar sentença.
2- Sem contactos entre arguidos e entre advogados, monitorizar os arguidos através de aparelhagem que registasse ritmo cardíaco, respiração sistema nervoso e segregação de suor.
3- Dar conhecimento aos arguidos do nome de algumas localidades.
4- Verificação por técnicos habilitados dos resultados obtidos e execução de relatório a apresentar aos decisores.
Só isto. Nem polígrafos, nem falar mais de Elvas nem mais “espectáculo mediático”. Já estamos a ver que mais tarde ou mais cedo ainda vamos ter que indemnizar possíveis culpados. De notar que, entre os arguidos, há quem tenha ou tenha tido “casa” na região indicada. É bastante fácil verificar isso, se quiserem. Porque nunca se falou nisto, má q’jêtos?
Há anos, assisti no canal SIC Radical a um “talk show” americano e, a certa altura, diz o humorista: _A Comunidade Europeia foi a maneira mais simples que os políticos americanos encontraram para atrasar o desenvolvimento da Alemanha, principalmente com a introdução da nova moeda após a queda do Muro de Berlim!
Ora bem… se isto foi uma brincadeira, de certeza que a Casa Branca já contratou o homem para o manter calado. Má q’jêtos?
Com que então, senhores políticos, para nos “xaringar” até ao dicionário recorrem? Pois é, vocês não dizem mentiras como qualquer simples mortal, dizem inverdades. Não acham que assim, aos olhos do povo, cada vez se tornam mais odiosos? É que vocês são alimentados por nós, já se esqueceram?
“Veritas odium parit”, a verdade gera o ódio. Pois é, mas penso que, com as mentes tortuosas que são induzidos a possuírem, interpretaram mal esta máxima latina, adaptando-a aos vossos propósitos. Assim, ao acusarem um vosso parceiro de lides, ainda que de uma linha oposta à vossa, dizem que foi afirmada uma “inverdade” e não que o fulano é um mentiroso, pura e simplesmente.
Queixam-se de que o povo não lhes dá o devido valor! Mas, o que querem mais? Por via de uma cunha ou de prática de acções que não são próprias de quem as manda executar, conseguem um lugar. Traem tudo e todos à medida que “amarinham” e, depois de desviarem, em alguns casos milhões, têm uma super-reforma até irem p’ra p… que os pariu! E, claro está, a salvo da condenação de qualquer juiz, classe que por vossa vontade já devia estar submetida ao funcionalismo público.
Ainda querem mais deferências em vez de vos partirmos os cor…? Má q’jêtos?