sábado, 24 de janeiro de 2009

Assim como antes…

Contava-me o meu tio uma história pitoresca que, no fundo, parece não ter época definida. Década de cinquenta do século passado, a cumprir o serviço militar e, como sportinguista, a ter a oportunidade de presenciar o Lusitano de Évora vs. Sporting. Ainda por cima, o árbitro era o “seu” barbeiro em Faro (e meu também, mais tarde), o senhor Vítor Garrochinho. Chegou-se ao intervalo com o Lusitano a vencer por 3-0 e a dar um “banho de bola” ao Sporting. Perigoso, pois na altura, quem “intervencionava” na “ Defesa do Estado”, era sportinguista. Recomeça o desafio, o meu tio e o resto do público a tentarem perceber e, acabada a refrega, vitória do Sporting. O meu tio aguardou a saída da equipa de arbitragem e foi cumprimentar o seu barbeiro. Aproveitou para lhe perguntar a causa de o Lusitano não ter podido ganhar o jogo. Olhando em redor, sobressaltado, segredou-lhe:_Oh moço, quando vamos lá para dentro, já temos as “ nossas” ordens. O meu tio percebeu e não “enervou” mais o assustado homem (imaginem o público local). Pois é, e ainda não havia o “guarda Abel” para fazer lembrar aos árbitros quais eram os seus “deveres”.
Lembram-se de o Portimonense e o Louletano se terem afundado depois de se queixarem publicamente de terem sido “comidos” nos jogos com uma certa equipa nortenha? Uma vez, era o saudoso José Maria Pedroto (o Zé do boné) técnico desse clube, um jornalista perguntou-lhe o que era necessário para se ser campeão? Respondeu-lhe frontalmente, como era seu hábito, que para se ser campeão, também era preciso ter uma boa equipa. Está escrito, é história.
Calem-se bocas? Má q’jêtos?

P.S.
Sempre nos recordamos do Sr. Vítor como um Homem. Que os falsos democratas não se agitem, principalmente se têm a sorte de ter uma esposa formosa pois, só por isso, chegava-se a Caxias ou pior se ela não condescendesse a prestar os seus favores sexuais a um qualquer “sabujo”, inspector ou informante da polícia política. Uma palavra de apreço à família.

Sem comentários:

Enviar um comentário