quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Delapidação do erário público

Era uma vez uma época em que se inventavam entidades recreativas, culturais ou desportivas passíveis de serem agraciadas com subsídios monetários por parte do Município. Era uma vez uma época em que, habitualmente, a secretária destinada ao funcionário que detinha a chave do selo branco da Câmara aparecia arrombada. Era uma vez uma época em que autarcas faziam horas extraordinárias com assessores por eles contratados. Mas, houve uma vez em que o assessor levantou dez milhões de escudos na tesouraria, papelada em ordem, subsídio pago, não se lembrando depois de entregar os 50% ao autarca.
Furibundo, não falava a ninguém e os funcionários, com medo de represálias, calavam-se. Mas, sorrindo, sussurravam: Vai queixar-te à polícia! A partir desse momento, embora
sem gabardine nem óculos escuros, como antigamente, começou a haver “funcionários” que percorriam as várias secções com um papel na mão, para disfarçar, e ouviam o que os colegas diziam. Depois, reportavam ao “chefe”. Anos volvidos, esta técnica foi substituída por mini-gravadores colocados no topo de mobiliário com difícil acesso.
Outros tempos, outro partido político, outros autarcas democráticos, sempre a velha e
incontornável sombra da P.I.D.E. . E não me venham acusar de comunista porque não o
sou! Má q’jêtos?

1 comentário:

  1. Infelizmente nos dias de hoje as coisas continuam na mesma.No nosso país quem trabalha e é honesto nunca vai chegar a lugar nenhum, os informantes do papelinho continuam em grande forma, mas ainda se fossem contar a verdade, e não distorcessem a informação a seu belo prazer prejudicando quem leva dias sem levantar cabeça do trabalho. È que para os informantes poderem andar sem fazer nada, há os que têm que trabalhar por eles. È claro que quem trabalha não é conhecido das grandes chefias, sabem está a trabalhar, não tem tempo para andar a socialisar e a queixar-se que trabalha muito.Então não é conhecido e portanto não pode progredir na carreira.Agora quem se mostra muito, pois ena pá tem muito trabalho, coitado(a)! Vamos lá mudá-lo(a)de escalão!

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